Hoje escrevo isto a chorar deitada na cama. Há razões específicas para isso? Não.
Um amigo que eu conheço há anos acabou agora uma relação de pouco mais de que um ano. Verdade seja dita, já não falávamos há imenso tempo, não porque a ex dele o reprimia, mas apenas porque a vida aconteceu. Deixamos de ter tempo um para o outro e o tempo simplesmente foi passando. O tempo passou mas no momento em que voltamos a falar, nada deixou de ser como antes, parece que nunca paramos de falar.
Ele, neste momento consegue ser a única pessoa com quem consigo desabafar a 100% sem medo que me julguem. Hoje em dia isso é difícil de encontrar, as pessoas não são genuínas, são falsas e só querem tirar proveito do nosso mal estar.
Esta pessoa, numa conversa, conseguiu me fazer sentir o que eu já não sentia há muito tempo, alívio. Alívio por finalmente ser capaz de abrir o meu coração e dizer o que se passa na minha cabeça. Alívio por saber que, afinal alguém quer saber. Alivio por saber que, de alguma forma, ainda tenho importância.
Não tenho qualquer tipo de interesse romântico por esta pessoa, mas já tive. Sou honesta acima de tudo. Já tive e ele também, e o tempo coincidiu, mas não foi a nossa altura. Não me arrependo. Estou contente com o que tenho agora: um amigo para a vida. E sei que muita gente diz que tem amigos para a vida, mas este é mesmo. Teve mais interesse no meu estado mental do que a minha suposta melhor amiga e alguns ditos amigos. Fez perguntas, não me julgou, ouviu me. Foi tudo o que precisava no momento e por isso, estou lhe eternamente grata.
Pensam vocês, porque não desabafei com o meu namorado? Eu respondo. Porque há coisas que se devem manter por dizer à pessoa que amamos. Não é justo para elas levarem com os desabafos todos e, ter outra pessoa ou outras pessoas capazes de te apoiar, sabe bem.
Desabafar faz tão bem, mas tão bem. Toda a gente deveria ser capaz de o fazer e não se privar disso. É perigoso deixar tudo para nós, começamos a ficar sem vontade de não fazer nada, de não sair, de não interagir com pessoas a não ser que tenha mesmo aue ser. Doi. E eu senti essa dor este mês s de janeiro todo. Só agora fui capaz de me libertar. O peso saiu do meu coração e apenas tenho que agradecer a quem me amparou. Não há palavras que possam transmitir o agradecimento. Estava num beco sem saída, num túnel sem luz, estava a começar a retrair me de tal maneira que pensava já não ser capaz de volta à vida. Pode parecer exagero, mas estas 3 semanas foram um inferno psicológico para mim. Não conseguia ser produtiva, os “amigos” com quem falei não mostraram interesse nenhum em continuar a conversa. Foi tudo tão superficial.
Por isso só tenho a dizer: a TI, um enorme obrigada.
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