Mixed Feelings

Ultimamente tenho tido imenso tempo para pensar na vida… O que o corona faz. Não sou muito de pensar, sou mais impulsiva, fazer e pensar depois. O isolamento social faz-nos questionar tudo na nossa vida. Será que estamos rodeados das pessoas certas? Será que devíamos exigir pedidos de desculpa ou sermos nós a pedir desculpa? O será que…? está constante na minha vida. Vivemos a criar cenários na nossa cabeça que são praticamente impossíveis de se realizar, mas nao é por isso que vamos deixar de os imaginar. A incógnita traz alguma adrenalina para a nossa vida e de certa forma algum conforto. Por isso: será que teria tido aquela conversa daquela maneira? ou será que deveria ter deixado aquela pessoa “fugir”? Talvez, mas também tenho plena consciência que nao dependia só de mim. Secalhar foi o melhor ou secalhar não.

A dúvida é uma coisa natural ao ser humano e não há problema em estarmos divididos em relação a alguma coisa na vida, mas também não devemos viver sempre no passado depois de tomarmos alguma decisão. O mais provável é estarmos melhor sem certas pessoas na nossa vida, e o mais provável é elas não sentirem o mesmo e simplesmente não quererem saber de nós. É a vida. O mais provável é que moemos a partida delas como algo culpa nossa, mas bendita consciencia limpa. Não vos dá uma imensa satisfação saber que nada é culpa vossa? O problema dessa satisfação é que também a reconciliação não está nas nossas mãos.

Por esta altura, perdi muita gente na minha vida, algumas culpa minha, mas outras nem tanto. O passado está lá e é passado porque não volta. Se há pessoas que deixei no passado e me arrependo muito? Sim, mas faz parte da aprendizagem e quando ganhei maturidade para reconhecer que tinha errado já não fazia sentido voltar a conectar-me com a pessoa. Se há pessoas que mesmo depois de me fazerem sofrer me tiveram a quase implorar por um perdão que não deveria ser eu a pedir? Também. Chama-se a isso viver e aprender com erros. Aprendi a não me voltar a rebaixar só por capricho de alguém. Se algum dia a pessoa foi minha amiga deveria pedir desculpa e querer resolver as coisas. Fugir é só cobarde. Reconciliações acontecem com duas pessoas e não uma.

Não há nada que possamos fazer, é uma escolha da outra pessoa. O isolamento social ensinou-me isso, quem quer alcança, quem nao quer deixa-se estar. Existem dois tipos de pessoas: as que permanecem apesar de todas as discussões e as que desaparecem da nossa vida, mas que eventualmente acabam por aparecer de volta. Cabe-nos a nós decidir se as queremos de volta ou não.

Desabafar…

Hoje escrevo isto a chorar deitada na cama. Há razões específicas para isso? Não.

Um amigo que eu conheço há anos acabou agora uma relação de pouco mais de que um ano. Verdade seja dita, já não falávamos há imenso tempo, não porque a ex dele o reprimia, mas apenas porque a vida aconteceu. Deixamos de ter tempo um para o outro e o tempo simplesmente foi passando. O tempo passou mas no momento em que voltamos a falar, nada deixou de ser como antes, parece que nunca paramos de falar. 

Ele, neste momento consegue ser a única pessoa com quem consigo desabafar a 100% sem medo que me julguem. Hoje em dia isso é difícil de encontrar, as pessoas não são genuínas, são falsas e só querem tirar proveito do nosso mal estar. 

Esta pessoa, numa conversa, conseguiu me fazer sentir o que eu já não sentia há muito tempo, alívio. Alívio por finalmente ser capaz de abrir o meu coração e dizer o que se passa na minha cabeça. Alívio por saber que, afinal alguém quer saber. Alivio por saber que, de alguma forma, ainda tenho importância. 

Não tenho qualquer tipo de interesse romântico por esta pessoa, mas já tive. Sou honesta acima de tudo. Já tive e ele também, e o tempo coincidiu, mas não foi a nossa altura. Não me arrependo. Estou contente com o que tenho agora: um amigo para a vida. E sei que muita gente diz que tem amigos para a vida, mas este é mesmo. Teve mais interesse no meu estado mental do que a minha suposta melhor amiga e alguns ditos amigos. Fez perguntas, não me julgou, ouviu me. Foi tudo o que precisava no momento e por isso, estou lhe eternamente grata.

Pensam vocês, porque não desabafei com o meu namorado? Eu respondo. Porque há coisas que se devem manter por dizer à pessoa que amamos. Não é justo para elas levarem com os desabafos todos e, ter outra pessoa ou outras pessoas capazes de te apoiar, sabe bem. 

Desabafar faz tão bem, mas tão bem. Toda a gente deveria ser capaz de o fazer e não se privar disso. É perigoso deixar tudo para nós, começamos a ficar sem vontade de não fazer nada, de não sair, de não interagir com pessoas a não ser que tenha mesmo aue ser. Doi. E eu senti essa dor este mês s de janeiro todo. Só agora fui capaz de me libertar. O peso saiu do meu coração e apenas tenho que agradecer a quem me amparou. Não há palavras que possam transmitir o agradecimento. Estava num beco sem saída, num túnel sem luz, estava a começar a retrair me de tal maneira que pensava já não ser capaz de volta à vida. Pode parecer exagero, mas estas 3 semanas foram um inferno psicológico para mim. Não conseguia ser produtiva, os “amigos” com quem falei não mostraram interesse nenhum em continuar a conversa. Foi tudo tão superficial.

Por isso só tenho a dizer: a TI, um enorme obrigada. 

You’ll Never Walk Alone

Sabem aquela sensação de felicidade plena? Aquela felicidade em que só nos apetece gritar, chorar e rir ao mesmo tempo? Estou assim… não por causa de uma pessoa, mas sim porque sinto que um dos meus grandes sonhos vai ser realizado.

Hoje é uma das noites mais importantes da minha vida, vou finalmente ver um jogo do meu clube favorito inglês. Não existem palavras suficientes no dicionário que descrevem a alegria que percorre as minhas veias. Pensar no clube como um mero entretenimento não está errado, mas não é só isso. Futebol é um meio que liga as pessoas, faz com elas sintam que pertencem a algum lado, a um núcleo. Futebol é uma partilha de emoções à flor da pele, desde lágrimas de tristeza a lágrimas de alegria. Futebol para mim, é um vicio, um vicio que pode ser visto como doentio, mas, que na minha opinião é mais digno que muitos outros.

Sentir a energia do estádio a vibrar com o jogo, sentir a união das pessoas no momento do golo, ou então dos pontos perdidos. É um sentimento que não se explica, sente-se.

O Liverpool e o Sporting são isso para mim, um escape a todos os meus problemas e dramas da vida. Fazem me vibrar e sentir essa tal felicidade plena que já falei anteriormente. Desde que tenho os bilhetes em mão, só quero saltar e partilhar a felicidade que tenho dentro de mim. Acho que as emoções hoje vão estar ao rubro e que o choro de felicidade vai ser uma certeza.

Espero é aproveitar ao máximo, porque o fundamental é desfrutar de uma oportunidade que pouca gente pode dizer que passou. Apesar de as equipas nos porem tristes, o importante é estar lá para os apoiar, porque apesar disso elas nunca vão caminhar sozinhos (You’ll Never Walk Alone).

Despedidas

Hoje foi o dia em que tive o meu coração partido. Não por desgosto amoroso mas porque uma pessoas bastante próxima tomou uma decisão que me apanhou desprevenida. Chorei tanto, aliás, choro enquanto escrevo. Mas escrevo para ver a dor aliviar. Na minha cabeça estão questões que me perturbam. Será que podia ter feito mais por ela? Será que fiz algo de errado? Não fui boa o suficiente? Questões destas vão me atormentar na minha vida. A minha única alegria em Coimbra, deixou me. A única coisa boa na faculdade deixou me. Estou a soar egoísta mas é a verdade. Não sei o que fazer. Passam 20 minutos desde que recebi a notícia e as lágrimas não param de escorrer. É inevitável. Ela diz que a parte mais difícil foi saber como me ia contar, ora a parte mais difícil é digerir isto tudo. A quem vou ajudar no que precisa? A quem vou partilhar mais momentos únicos?

Estou de coração partido, sim. Mas feliz porque ela tomou uma decisão que a vai fazer feliz. Ela Não estava feliz em aqui, e eu não pude fazer nada ao meu alcance para a fazer sentir bem-vinda e acarinhada. Sinto que devia ter feito mais, dado mais de mim, mas já é tarde. A decisão está tomada e não há volta a dar. E eu, fico aqui… desamparada e destroçada.

Pensar no que podia ter feito de melhor vai ser sempre uma incógnita na vida, mas esta aprendizagem ensinou-me uma coisa. Devemos aproveitar todos os momentos que temos com aqueles que gostamos. Não vale a pena guardar rancor ou raiva. De que nos serve isso? Além do mais, devemos valorizar as pessoas enquanto as temos por perto.

A injustiça de ver as pessoas a não valorizarem aquilo que têm e a desprezar todos os momentos que passam juntos é só ridículo.

Dói pensar que aquilo poderia ter sido muito mais do que é. Podia ter evoluído para algo ainda mais próximo. É raro encontrarmos alguém tão parecido connosco e que partilhe as mesmas ideias e quase pensamentos. Identificarmo-nos com alguém não é fácil, mas acreditem que perdê-la ainda é mais difícil.

Resta-me agora conformar-me com a situação e aceitar que ela está melhor. Melhor porque está feliz. E eu… apesar de estar miserável, aqui fico, com um sorriso nos lábios e feliz por ela estar feliz.

Amizades

Pensar em amigos sempre fez parte da nossa vida como seres humanos. Necessitamos de comunicar e ter um confidente na nossa vida para que tudo possa fazer sentido. Ao longo da vida, temos muitos amigos… ou serão mesmo amigos? Começamos com 5 anos, somos amigos de toda a gente e gostamos de todos. Aos 10 começam a haver as zangas e pequenos dramas sobre quem vai ser a Bloom no jogo das Winx, mas todas essas brigas desaparecem quando o jogo começa. Aos 15, discussões com amigos são mais frequentes, pensamos que temos ali um apoio mas não. Só temos alguém que coscuvilha a nossa vida. Dramas com rapazes, sentir que somos substituídos no nosso próprio grupo de amigos.

Aos 18, a coisa torna se mais complicada. Sentes que tens aquela única amiga, aquela que vai ser para a vida, tens a certeza. Mas tudo muda… a universidade muda tudo. Começamos por não ter tempo uma para a outra, criamos um novo grupo de amigos, deixamos de falar diariamente, semanalmente, mensalmente… lentamente perdemos o contacto com alguém que pensamos nunca perder. Ou talvez não tenhamos perdido. Talvez a pessoa não esteja lá para nos como nos gostaríamos que estivesse. Talvez nos é que nos tornamos mais carentes pela amizade porque já não estamos tantas vezes juntas. Talvez a amizade não seja para sempre… Custa admitir, mas chegamos a um ponto da nossa vida em que começamos a questionar as amizades. Serão verdadeiras? As pessoas vão mesmo importar se com o que eu tenho para dizer? Sou importante para alguém? Começa a questão da existência. Será que sou boa amiga? Porque paramos de falar? Fiz algo de mal? Para mim, nesta fase começa o momento crítico, a famosa revolta. Sentes te revoltada por não conseguir manter uma amizade, por não conseguires equilibrar a tua vida e encaixar a tua amiga nela. Sentes te lentamente a ser esquecida e substituída por outras. Outras pessoas que vão ser confidentes da tua amiga, quando outrora eras apenas tu. Lentamente começas a perceber que a vida não tem piada sem amigos. Sentes raiva de ti própria porque não percebes porque nao tens aquela amiga. Isolas-te. Mas não podes fazer nada. Não podes obrigar alguém a estar contigo. Cada vez que queres falar com essa pessoa tens que ser tu a mandar mensagem, tu a iniciar a conversa. Claro que chega a um ponto em que já começa a ser demais para ti.

Não é suposto ser só uma pessoa a importar-se, mas ela decide afastar-se. Mesmo depois de tudo o que vocês já passaram ,ela nao compreende a tua importância. Secalhar sou demasiado sufocante, mas quando só se confia numa pessoa temos essa tendência. É esse o mal das amizades, não as conseguimos agarrar, prender, manter. Amizades não duram se for só uma pessoa a querer, tem que haver esforço mútuo. Coisa que neste momento na minha vida não há.

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